Dica: O que é a história dos livros? Livro: O beijo de Lamourette
Disponível nas bibliotecas: Fae e Fafich Localização na estante: 306.4 D223k.Pb
Referência: DARNTON, Robert. O que é a história dos livros? In: DARNTON, Robert. O beijo de Lamourette: mídia, cultura e revolução. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. p. 122-149.
Em O que é a história dos livros? , Robert Darnton explana que a história do livro poderia se chamar história social e cultural da comunicação impressa, cuja finalidade é entender como as ideias eram transmitidas por vias impressas e como o contato com a palavra impressa afetou o pensamento e comportamento da humanidade nos últimos quinhentos anos.
A história do livro surge da convergência de diversas disciplinas em um conjunto comum de problemas, todos relacionados com o processo de comunicação. São apontados como períodos desta história: o Renascimento; o século XIX, com o estudo do livro como objeto material; o século XX, com a École Pratique des Hautes Étude (1960), donde surgem as publicações L´appatition du livre (1958), Livre et société dans La France du XVIII siècle (2v., 1965, 1970) e o grupo ligado à VI Section da École Pratique dês Hautes Études . Esses novos historiadores do livro inseriram o tema dentro do leque de assuntos estudados pela escola dos Annales de história socioeconômica.
Eles influenciaram a Europa, Estados Unidos, Alemanha e Grã-Bretanha. No curto período de vinte anos, a história do livro se torna um campo de estudo rico e diversificado. O crescimento gerou uma massa densa de publicação de artigos e revistas, além de um entrecruzamento de disciplinas e espaço para metodologias rivais.
Para distanciar-se dessa correria interdisciplinar e enxergar o objeto como um todo, Darnton propõe um modelo geral para analisar como os livros surgem e se difundem entre a sociedade. O modelo identificado como Circuito de Comunicação percorre um ciclo que passa pelo autor, editor, impressor, distribuidor, leitor, dentre outros. O autor aplica o modelo à história editorial das Questions sur l’Encyclopédie , de Voltaire, apresentando como segmentos díspares da história do livro podem ser reunidos dentro de um único esquema conceitual.
Os livros, como objetos de estudo, não podem ficar confinados nos limites de uma única disciplina, pois nenhuma é capaz de fazer justiça a todos os aspectos da vida de um livro. São várias as linhas de pesquisa que podem levar a história do livro a vários rumos, entrementes, todas devem permitir entender melhor como a palavra impressa moldou as tentativas dos homens de compreender a condição humana.
Diná Marques Pereira Araújo
Bibliotecária da Divisão de Coleções Especiais da Biblioteca Universitária

