“As bibliotecas são a memória do mundo”. Assim afirma Fabrício José Nascimento, doutor em Ciência da Informação pela UFMG, no artigo “Biblioteca, memória e identidade social”. Confira a entrevista por ele concedida sobre esse assunto:
Carla (C) – Em que medida as bibliotecas contribuem para construir a memória do mundo?
Fabrício (F) – As bibliotecas (públicas, universitárias etc) são espaços legítimos de elaboração, captação, preservação e difusão do conhecimento. Essa condição confere a elas o papel de protagonistas nos processos de construção e democratização dos saberes da humanidade.
C – Como as bibliotecas universitárias (BUs) contribuem para construir e preservar essa memória?
F – Toda universidade é lugar de produção de conhecimento. Disponibilizada em bibliotecas, essa produção se converte tanto em marco mnêmico – acenando para os anseios e necessidades de cada época –, quanto em referência para a geração de novos conhecimentos. Além disso, as universidades disponibilizam, em suas bibliotecas, coleções cuja importância transpõe os muros dessas instituições. O setor de obras raras da UFMG, no quarto andar da Biblioteca Central, por exemplo, além de preservar acervos de representação histórica, política e cultural da humanidade, nos convoca a divulgar a história daqueles que se preocupam em organizar e preservar os patrimônios bibliográficos e documentais sob a guarda da Universidade.
C – Qual é a importância das BUs para a memória social?
F – As bibliotecas universitárias têm por missão fomentar o diálogo entre os vários saberes produzidos pela comunidade acadêmica e as questões que mobilizam a vida social. Podem se tornar, inclusive, centros de resistência, propiciando o empoderamento dos sujeitos através da socialização e da valorização de suas próprias histórias e conhecimentos.
Depoimento de quem ajuda a preservar a história
“Preservar a memória da humanidade é guardar afetos, ideologias, mortes, vidas, justiças e injustiças presentes nos registros. A satisfação de ter um papel na história do patrimônio bibliográfico e documental da UFMG e de mantê-la viva é imensurável”. (Diná Araújo – coordenadora da Divisão de Coleções Especiais e Obras Raras da UFMG)
(Carla Pedrosa)

