Sistema de Bibliotecas marca presença no principal fórum de bibliotecas universitárias
Bibliotecárias da UFMG apresentaram trabalhos de relevância para a área no '23º Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias'

Da esq. para a dir., Danielle Oliveira, Cleide Vieira, Izabel Araújo (diretora da BU), Gracirlei Lima e Rosilene de Sá em frente a painel do SNBU. Foto: arquivo pessoal
Com o tema ‘Ciência Aberta: realidade (im)possível?’, a 23ª edição do Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias (SNBU 2025) foi realizada de 17 a 20 de novembro na cidade de São Paulo e contou com palestras de profissionais de todo o país. As bibliotecárias Cleide Vieira, Rosilene de Sá, Danielle Oliveira e Gracirlei Lima, acompanhadas pela diretora da Biblioteca Universitária, Izabel Araújo, representaram a UFMG no evento. Elas apresentaram reflexões e estudos relevantes para a área.
Preservação de publicações científicas impressas
Cleide Vieira, coordenadora da Biblioteca Central, apresentou o artigo ‘Periódicos científicos impressos: política de preservação, gestão e descarte’, escrito em coautoria com os bibliotecários Rosilene de Sá e Ricardo Perez. No trabalho, foi descrita a experiência da Biblioteca Universitária da UFMG, a partir de demanda gerenciada pela diretoria do Sistema de Bibliotecas, em etapa do processo de elaboração da política de preservação, gestão e descarte de publicações seriadas impressas, destacando-se os requisitos indispensáveis que compõem o documento. “A preservação e gestão das publicações seriadas e dos periódicos científicos, no formato impresso, são desafiadoras para as bibliotecas universitárias, especialmente em contextos de restrição de espaço físico, necessidade de atualização dos acervos e valorização da memória institucional”, explica Cleide.
O artigo tematiza a recente normativa que formata a ‘Política de preservação, gestão e descarte de periódicos científicos impressos’, elaborada por comissão instituída pela diretoria da Biblioteca Universitária, composta pela diretora da BU, Izabel Araújo, pelo vice-diretor, Wellington Marçal, pelas bibliotecárias Cleide Vieira, Fernanda Almeida e Maryne Medeiros, pelo bibliotecário Márcio Anderson de Andrade, pela servidora Jacqueline Pawlowski e pela professora Ana Paula Meneses.
Preservação de acervo histórico
A bibliotecária Rosilene de Sá apresentou o ‘Projeto Acervo Histórico da Biblioteca Central da UFMG: uma estratégia de organização e preservação do acervo bibliográfico’. Iniciado em 2022, o projeto visa organizar e preservar exemplares publicados entre 1900 e 1960. Já foram identificadas, até o momento, mais de 3 mil obras, promovendo maior controle, rastreabilidade e conservação preventiva, além da valorização da memória institucional. “O trabalho fortalece práticas de curadoria, conservação e educação patrimonial, servindo como referência para outras instituições que enfrentam desafios semelhantes na manutenção de seus acervos patrimoniais”, pondera Rosilene.
Metodologias ágeis na gestão de bibliotecas universitárias
Danielle Oliveira, da Biblioteca da Faculdade de Educação (FAE), apresentou dois artigos: ‘Metodologias ágeis na gestão de biblioteca universitária: um relato de experiência’ e ‘Avaliação de fontes de informação no contexto digital: potencialidades da utilização de ferramentas de inteligência artificial’. No primeiro, Danielle apresenta um relato de experiência da aplicação das metodologias ágeis Scrum e Kanban – que priorizam flexibilidade, colaboração e entrega contínua de valor – na gestão da biblioteca da FAE, onde trabalha atualmente. “Essas metodologias são uma estratégia eficaz, barata e adaptável a cenários diversos, sendo uma alternativa viável de aplicação nas bibliotecas da UFMG”, sugere Danielle.
IA e fontes de informação
No segundo artigo, escrito em coautoria com Jordana Rabelo e Patrícia Nascimento, a bibliotecária Danielle Oliveira apresentou os resultados da pesquisa sobre o uso de ferramentas de inteligência artificial (IA) na avaliação de fontes de informação digitais. O estudo constatou que, embora o tema ainda seja recente e amplo, há potencial para o uso dessas ferramentas como apoio, desde que treinadas com critérios definidos por profissionais da informação. “A reflexão sobre o uso ético e seguro de ferramentas de IA é essencial para adequar as orientações aos usuários, de forma que eles obtenham informações mais seguras e confiáveis”, enfatiza Danielle.
Estágio supervisionado de aluno com deficiência visual
Gracirlei Lima apresentou o trabalho ‘Estágio supervisionado e inclusão: relatos da bibliotecária supervisora e do aluno com deficiência visual’, escrito em coautoria com Adilson Severino. No artigo, os autores relatam a experiência da supervisão de um estágio obrigatório, realizado na biblioteca da Escola de Engenharia, de um aluno do curso de Biblioteconomia com deficiência visual total. “Apresentei os desafios enfrentados por mim, enquanto bibliotecária supervisora, e pelo estagiário – como as barreiras à acessibilidade e locomoção autônoma na biblioteca- , bem como as soluções implementadas, incluindo a preparação dos espaços, o detalhamento das atividades e o acompanhamento constante. Também pontuei as lições aprendidas, destacando a relevância do diálogo e da inclusão no ambiente de trabalho”, explica Gracirlei.

