Bibliotecários da UFMG se qualificam para elaborar política de indexação
Documento tem como objetivo facilitar a recuperação das informações sobre o acervo no catálogo on-line

Estratégias de indexação são o principal ponto do encontro realizado na Biblioteca Central. Foto: Carla Pedrosa/Biblioteca Universitária
No curso presencial com Mariângela Fujita, bibliotecária especialista na criação de política de indexação, serão abordados os principais pontos a serem pensados na construção da política de indexação.
“Representar o conteúdo de documentos e livros, por meio de termos que possam ser recuperados, é a principal finalidade da indexação. E o objetivo de criar uma política para padronizar as diretrizes que norteiam esse processo é, sobretudo, facilitar a recuperação das informações sobre o acervo no catálogo on-line”, explica Izabel Araújo, diretora da Biblioteca Universitária.
Consenso na criação de diretrizes
Para Mariângela Fujita, é fundamental entender o contexto de todas as bibliotecas – problemas, soluções, disponibilidades materiais e de pessoal – para pensar as diretrizes que sejam mais viáveis para todas elas.
“O consenso na criação das diretrizes é imprescindível para a criação da política de indexação. Nem sempre as bibliotecas estão no mesmo patamar – algumas têm mais acervo, outras têm mais bibliotecários, outras têm problemas de infraestrutura. É necessário conhecer essas especificidades e ajustar as regras e procedimentos de indexação para que atendam, consensualmente, a todas as unidades”, pondera Mariângela.
Izabel Araújo afirma que a comissão está priorizando a criação dessas diretrizes e que, assim que for consolidada, a política será disponibilizada no site da Biblioteca Universitária.
“Esse documento é importante porque tornará público, para todos nós, bibliotecários da UFMG, as orientações que guiarão nossas rotinas de trabalho”, destaca Vilma Carvalho, bibliotecária coordenadora da Biblioteca da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas.
Ampliar o vocabulário de representação
Mariângela Fujita conta que, nos últimos meses, a comissão finalizou um diagnóstico das bibliotecas da UFMG e foi detectada a necessidade de uniformizar e atualizar o tesauro disponível dentro do catálogo on-line para os bibliotecários indexadores – um dicionário que organiza palavras e conceitos por relações de significado, como sinônimos, antônimos e termos relacionados, ajudando na escolha precisa de vocabulário e na recuperação de informações.
“É necessário que todos entendam o funcionamento do tesauro dentro do catálogo on-line. Também é preciso definir os procedimentos de construção coletiva desse vocabulário. E para dar conta da especificidade das teses e dissertações de várias áreas do conhecimento produzidas pela UFMG – muitas delas inéditas – novos termos devem ser incluídos no tesauro por meio da utilização de técnicas específicas que trabalharei com os bibliotecários”, enfatiza Mariângela.
No workshop desta semana, a especialista focará na análise de assuntos por meio do modelo de leitura documentária por ela desenvolvido, com abordagem cognitiva.
“O indexador não é especialista em nenhum assunto, mas usa estratégias metacognitivas – de estrutura textual para localizar termos significativos dentro dos textos – que o auxiliam a representar a informação de maneira que possa ser facilmente recuperada. O próprio pesquisador quando atribui palavras-chaves também é um indexador e pode usar essas estratégias”, afirma a especialista.
Pesquisas publicadas por Mariângela Fujita no âmbito da leitura documentária e indexação estão disponíveis em acesso aberto.