Obra evidencia indissociabilidade entre a história do livro e a bibliografia
Escrito pela bibliotecária Diná Araújo, da UFMG, e pelos professores André Vieira, da UFPR, e Giulia Crippa, da Universidade de Bolonha, livro traz perspectiva latino-americana sobre o tema

Diná Araújo e André Vieira no lançamento do livro no ‘Encontro Nacional de Pesquisa em Ciência da Informação’, realizado neste mês de novembro em Vitória (ES). Foto: Adriana Lemos
Traçar, de modo panorâmico, as relações entre os diferentes atores, práticas, produtos e instituições bibliográficas que delineiam a história do livro é o objetivo da obra ‘Panorama de la historia del libro y la bibliografía’, lançada este ano como parte da ‘Colección Breve Biblioteca de Bibliología’, dirigida pela professora Marina Garone Gravier, da Universidade Nacional Autônoma do México.
Para delinear esse panorama, os capítulos apresentam a genealogia da escrita, as ‘civilizações’ do alfabeto, as relações entre o cristianismo e os livros na cultura bibliográfica da Idade Média, bem como os percursos histórico-bibliográficos e as materialidades, no Brasil, de exemplares de Conrad Gesner, bibliógrafo suíço do século 16.
“A obra traz uma leitura da história do livro em visão geral, mas com deslocamento de uma perspectiva latino-americana. O intuito é mostrar, para um público amplo, a indissociabilidade entre a história do livro e a bibliografia enquanto ciência que produz instrumentos específicos e analíticos para a organização dos textos, das coleções, dos acervos e das bibliotecas, auxiliando na identificação e entendimento das dinâmicas socioculturais da escrita em sua longa trajetória”, afirma André Vieira.
“Em ‘Panorama de la historia del libro y la bibliografía’, evidenciamos que historiadores do livro podem se beneficiar do método bibliográfico para analisar aspectos documentais, a materialidade das fontes e a própria história da organização da informação e do conhecimento. Da mesma forma, os bibliógrafos podem utilizar o método histórico para contextualizar os documentos no tempo e no espaço, sejam eles bibliográficos ou não”, explica Diná Araújo.