Nova gestão da Biblioteca Universitária vislumbra projetos inovadores para as bibliotecas da UFMG
Criação de Repositório de Dados, Centro de Apoio ao Pesquisador e ressignificação do prédio da Biblioteca Central são alguns dos destaques
Izabel Araújo e Wellington Marçal tomaram posse, no dia 13 de junho, nos cargos de diretora e vice-diretor do Sistema de Bibliotecas da UFMG. Foto: Carla Pedrosa / Biblioteca Universitária
Implementação de novas tecnologias e projetos que facilitarão as pesquisas são as principais metas da nova gestão da Biblioteca Universitária (BU) para o biênio 2024-2026. Confira, abaixo, entrevista com os novos gestores Izabel Araújo e Wellington Marçal:
1-Quais são os planos da nova diretoria da BU para inovar os serviços das bibliotecas da UFMG?
IZABEL– A estruturação de um Centro de Apoio ao Pesquisador é um dos pilares da nossa gestão. Ele será responsável, entre outras atividades, pela criação do Repositório de Dados da Universidade, bem como por orientar os pesquisadores na elaboração do plano de gestão de dados, que já é uma exigência dos órgãos financiadores de pesquisas .
Atualmente, temos o Repositório Institucional da UFMG, que reúne e dá ampla visibilidade às publicações da Universidade. O Repositório de Dados terá outra função. Nessa plataforma, serão armazenados os dados brutos gerados durante o processo das pesquisas – tais como planilhas, entrevistas, gravações audiovisuais, dados coletados em laboratório – que poderão ser reutilizados por outros pesquisadores, com o objetivo de evitar a duplicidade de etapas de pesquisa.
Também está em nossos planos modernizar o Sistema de Bibliotecas com a tecnologia RFID, que consiste em etiquetas (tags) contendo pequenos chips e antenas que permitem a transmissão de dados por radiofrequência. Essa tecnologia possibilita automatizar muitos processos que tradicionalmente são manuais, como o inventário anual do acervo, além da realização do autoatendimento pelo usuário com maior facilidade e rapidez. Por meio do RFID, vislumbra-se, por exemplo, a possibilidade de realizar o autoempréstimo, facilitando a devolução e empréstimo de materiais.
WELLINGTON – Importante salientar, ainda, que também será prioridade na nossa gestão a busca por parcerias técnicas com instituições de países africanos de língua portuguesa para trocas de experiências no campo da biblioteconomia. Dentro desse projeto está também a elaboração de estratégias para ampliação do Acervo Africano, localizado no quarto andar da Biblioteca Central. No início desse mês, já tivemos uma primeira reunião com as professoras e bibliotecárias responsáveis pelo acervo para iniciarmos o planejamento.
Gestores da Biblioteca Universitária em reunião sobre o Acervo Africano com as professoras Sônia Queiroz, Vanicléia Silva, Ana Paula Meneses e a bibliotecária Diná Araújo
2-Quais são os desafios da nova gestão?
IZABEL – Destacamos como importante desafio o trabalho de ressignificação do prédio da Biblioteca Central (BC), que será feito em parceria com a Administração Central da Universidade, sem perder a essência e o papel de origem do local.
Em paralelo, temos o desafio de automatizar o processo de disponibilização da produção acadêmica da UFMG, por meio da integração do sistema acadêmico – SIGA – com outras bases de dados, como o catálogo on-line e o Repositório Institucional. Quando esse projeto for concluído, os usuários realizarão o depósito dos trabalhos em uma plataforma única e essas produções acadêmicas serão automaticamente disponibilizadas nas demais bases.
WELLINGTON – Destacamos, ainda, como desafio, a manutenção dos recursos destinados à ampliação dos acervos físicos e eletrônicos da Universidade. Precisamos captar anualmente esses valores para renovar a assinatura da plataforma de e-books e também para adquirir os livros nacionais e importados das bibliografias básicas dos cursos de graduação.
É de suma importância que os usuários usufruam ao máximo dos acervos disponibilizados, porque é investida quantia financeira expressiva para mantê-los e ampliá-los de forma a melhor atender as demandas da comunidade acadêmica e do Ministério da Educação.
3-Em que consistirá o projeto de ressignificação do prédio da Biblioteca Central?
IZABEL – Esse é um ponto fundamental da nossa plataforma de gestão. A ressignificação abrangerá várias linhas de ação. A readequação dos espaços utilizados, com a criação de um Centro de Convergência, é uma delas. Esse espaço visa reunir distintos campos de estudo, com laboratórios transdisciplinares e ambientes interativos equipados com novas tecnologias. O objetivo é agregar saberes, potencializar a colaboração entre os pesquisadores e, com isso, acelerar a geração do conhecimento.