Cerca de 8 mil teses e dissertações dos Programas de Pós-Graduação já estão disponíveis na Biblioteca Digital de Teses e Dissertações

Belkiz Inez Rezende Costa: “a disponibilização das pesquisas acadêmicas é também uma forma de prestação de contas para a sociedade.” Foto: Mayara Caldeira / Biblioteca Universitária UFMG
A disseminação da informação científica de forma online, imediata, sem barreiras, para ser acessada de qualquer lugar e a qualquer horário representa um importante ato pela democratização dos resultados das atividades acadêmicas e investigações científicas. Uma iniciativa realizada com esse objetivo é a disponibilização das pesquisas desenvolvidas pelos Programas de Pós-Graduação da UFMG na Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD).
A Biblioteca Digital é resultado de um projeto piloto iniciado, em 2002, com dois Programas de Pós-Graduação. Nessa entrevista ao CONEXÃO BIBLIOTECA, a vice-diretora do Sistema de Bibliotecas e participante do projeto desde a sua criação, Belkiz Inez Rezende Costa, apresenta os avanços alcançados nos últimos 10 anos, reflete sobre as barreiras vencidas, os entraves para ampliação do acervo e os novos desafios.
Como a Biblioteca Digital auxilia no acesso livre ao conhecimento científico?
A Biblioteca Digital amplia as possibilidades de acesso à informação ao disponibilizar na internet o conteúdo das pesquisas em um canal aberto para a consulta por toda a sociedade e com grande facilidade, pois não há necessidade de se deslocar, seguir horários de funcionamento ou até mesmo aguardar a devolução da obra. Basta estar conectado de qualquer lugar e a qualquer horário. Não há custos e os documentos podem ser acessados por várias pessoas ao mesmo tempo. Esse amplo acesso é importante, pois a disponibilização das pesquisas acadêmicas é também uma forma de prestação de contas para a sociedade. Há uma consciência cada vez maior da necessidade de difusão do conhecimento científico.

Setor da Biblioteca Digital está localizado no terceiro andar da Biblioteca Central, no campus Pampulha. Foto: Mayara Caldeira / Biblioteca Universitária UFMG
Como teve início a divulgação da produção científica na Biblioteca Digital?
Em 2002, foi criado um projeto piloto com os Programas de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos e em Ciência da Informação. Nessa época, tínhamos duas grandes barreiras: a não obrigatoriedade da entrega das teses e dissertações em formato digital e a não obrigatoriedade da disponibilização na internet.Embora alguns Programas de Pós-Graduação, ao receber trabalhos em via digital, disponibilizassem na internet, essa era uma atitude isolada. Além disso, essa disponibilização gerava a duplicação do serviço, pois era realizada a inserção em dois sistemas: o da Biblioteca Digital e o do Programa de Pós-Graduação. Então, de forma geral, nessa época, as produções não tinham a visibilidade e a facilidade de acesso que a internet proporciona. Cada trabalho não poderia ser, como acontece hoje, acessado simultaneamente por diversas pessoas ao mesmo tempo.
Como essas barreiras foram vencidas?
A partir da criação de duas resoluções que foram vitais para o crescimento da Biblioteca Digital. A primeira foi publicada pela Capes, em 2006, e determinou a obrigatoriedade da publicação em meio eletrônico das teses e dissertações. Essa norma representou um grande avanço, pois a disponibilização online deixou de ser uma atividade isolada de alguns Programas para se tornar uma ação obrigatória a ser realizada por todos. Nesse momento, para dar suporte aos Programas, foram estabelecidos pela Biblioteca Universitária grupos de trabalho que realizaram visitas aos Programas de Pós-Graduação, com o intuito de esclarecer dúvidas e promover treinamentos sobre a alimentação dos bancos de dados da Biblioteca Digital. No entanto, ainda havia a publicação em diferentes sites, o que dividia os esforços. Em 2009, essa questão foi resolvida por uma resolução publicada pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) da UFMG. Ela estabeleceu, como obrigatória para a expedição do diploma de especialista, mestre ou doutor, a entrega pelo aluno de sua monografia, tese ou dissertação em via digital acompanhada do formulário de autorização de disponibilização do texto, no todo ou em parte, pela Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFMG. Essas duas normas possibilitaram um grande impulso para a ampliação do acervo: a primeira por tornar obrigatória a disponibilização online; e a segunda por tornar obrigatória a disponibilização na Biblioteca Digital.
Quais trabalhos já estão disponíveis?
Cerca de 8 mil teses e dissertações já estão disponíveis para consulta, o que nos coloca em quinto lugar no ranking da Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações, composto por 97 universidades e unidades de pesquisa do país. Grande parte dessa coleção é composta por trabalhos apresentados no período de 2006 a 2012. Apenas nesse intervalo, 6.552 teses e dissertações já estão online. Alguns Programas de Pós-Graduação já têm inserido praticamente a totalidade de trabalhos defendidos nesse intervalo.
Qual a perspectiva para crescimento do acervo?
Nosso objetivo é concluir, em primeiro lugar, a inserção dos trabalhos apresentados no período de 2006 a 2012. Em seguida, queremos disponibilizar todos os trabalhos apresentados no período de 2000 a 2006. Para alcançarmos essa meta, desejamos estabelecer parcerias para disponibilizarmos esse material o mais breve possível. Cada Programa interessado poderá enviar à Biblioteca Digital as teses e as dissertações em formato digital acompanhadas do formulário de autorização para que a própria Biblioteca Digital realize a inserção. Após a inclusão desse conteúdo, queremos digitalizar as pesquisas que não estão disponíveis em formato digital, por isso entraremos em contato com autores e orientadores para obter autorização para a publicação.
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFMG
E-mail: bu-bibdigital@ufmg.br
Site: www.bibliotecadigital.ufmg.br
Telefone: 3409-4625

